quinta-feira, 10 de março de 2011

Ausência

          Havia algo que precisava ser dito. Algo que seu coração insistia em querer dizer à sua alma, mas o barulho da porta fechando-se tirou-lhe o fôlego. Não havia mais tempo. Decididamente, acabara. A névoa dissipou-se e o que conseguia enxergar era a pura realidade. Ainda sentia sua presença, talvez ainda continuasse a sentir por muito tempo, mas já não poderia tocar-lhe, beijar-lhe....ausência.
        Então debruçou-se na janela e ainda pode ver a sombra entre as  árvores. Tarde...muito tarde para dizer qualquer coisa, o tempo se tornou escasso.
        Respirou novamente e então o ar sufocou-lhe.Por um momento pensou: "Morre-se de amor?" Não queria ouvir a resposta, pois já sabia. Seu pensamento vagou. Um golpe de ar enxugou suas lembranças e sem perceber levantou-se, correu até a porta, agarrou-se a maçaneta e...trancou-a. Não haveria mais chance. Acabou. Nada volta. Nada poderia ser como antes.
         Pegou o copo, deitou-se sobre o lençol branco e adormeceu serenamente, pois só assim poderia continuar!

Zana Ol

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