sábado, 30 de julho de 2011

Lembranças...




Às vezes me dá essa vontade...
De lembrar do teu beijo,
Do teu toque,
Da tua voz ao meu ouvido
Dizendo-me: “Amo-te.”

Às vezes me dá essa vontade
De lembrar-lhe
Somente
Lembrar-lhe

Voz, pele, cheiro
E as palavras...
Ah, as insensatas palavras
Que me dizias quando
Tua alma inquieta
Percorria a languidez
Do meu ser

Lembrar-lhe me faz feliz
Faz-me te ter novamente
E por um breve momento
Meu coração dispara
A pele arrepia
E  minha boca murmura teu nome
AMOR!

Zana Ol


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Solidão

          
            Como entender
              Onde
                Minhas ilusões                          
                  Permitiram
                    Realizar e
                      Encontrar
                        Encantamento
                          Nesta
                            Solidão?
                              Ah!
                                Onde? Diga-me então!

                                  Zana Ol

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Silêncio...


No silêncio do tempo perdido
Guardam-se  palavras não ditas
Todos se tornam surdos
Não escutam o silêncio
Correm, mas não saem  do lugar
Suspiram o intragável
Respiram o suportável
Rimas poéticas
Convenções  estéticas
Caos
Lamento

Sombras profanas rodeiam
O imaginável
E adentram
Na vida
Na minha
Na sua
Na nossa

O  grito silencioso
Ecoa na noite  escura
Faz-se silêncio
Fecham-se as  portas
Nada muda!

Zana Ol


domingo, 24 de julho de 2011

Poesia inacaba...



 Ainda tenho no olhar
a inocência de criança
Vejo o mundo com as cores que o pintei
Encanto-me com a rosa
Mesmo espetando meus dedos
Em seus espinhos.

Tenho em mim
Uma esperança tão absurda
Que me persegue todos os dias
Como cavalo alado
Voando entre meus sonhos
Sonhos infundados, mas possíveis

Todo o dia acorda comigo
Uma vontade louca
De romper barreiras, traçar novos caminhos
E seguir...

De vez em quando
Um dragão de cabeça brilhante me fala ao ouvido
Mas eu finjo não escutar
E sigo...

Não importa o que ele me fale
Nem tão pouco  que me siga
Eu sempre estarei à sua frente
Meus passos incertos têm uma pressa infinita
Sempre estarei além
Nunca ao seu alcance.

Tenho em mim tantas vontades...

Zana Ol





sábado, 23 de julho de 2011

Triste vida



 Acordei
Percebi a insanidade louca
De viver em um mundo em pleno caos

Despertei
Do torpor
De uma vida
Caótica

Acordei
E a realidade entristeceu
Minha alma

Dura vida que se constrói
com mentiras absolutas
E verdades mesquinhas

Dura vida
que se constrói na casca das coisas.
Triste vida
De quem limita o mundo
Ao seu mundo
E a vida
À sua vida!

Zana Ol

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ninho vazio

      

      Então ela abriu a janela e o que viu diante de seus olhos foi  um  lindo pássaro de plumagem colorida.Trazia no bico um ramo de árvore seco. Pousou em sua janela e , ali ficou por algum tempo, segurando o ramo como se fosse algo muito valioso.
      Ela permaneceu imóvel. Não queria espantar o lindo pássaro que havia vindo ao seu encontro. O lindo pássaro baixou a cabeça, pousou o galho no peitoril da janela e alçou voo. Seus olhos acompanharam o pássaro que voava livre rumo ao horizonte. Fechou a janela.
      No dia seguinte ao abri-la encontrou novamente o lindo pássaro que trazia novamente um galho de árvore  em seu bico. Desta vez permaneceu por mais tempo e com muito cuidado colocou o novo ramo sobre o anterior e partiu e por muitos dias a cena se repetia. Acostumada, já não se deslumbrava com a beleza da ave, nem tão pouco aproveitava o momento junto ao lindo pássaro.
      Certo dia percebeu que os galhos haviam se tornado um ninho, porém o pássaro não estava ali.Esperou, mas ele não apareceu.Muitos dias se passaram, o ninho permanecia ali esperando que a linda ave voltasse, mas ela não apareceu. Com tristeza olhou para o céu e por um momento lembrou-se do lindo pássaro que tanto a tinha encantado. Lembrou-se do colorido  de suas plumagens, da sua constancia em visitar-lhe diariamente, do seu pouso no peitoril. Que pena que a repetição dos acontecimentos a fez olhar com menos atenção, com menos admiração, com menos alegria. Nem percebera que o acúmulo de galhos estava se transformando em ninho...Não acompanhara o processo da construção tão minuciosa e tão importante. Perdera o momento. Agora, restava-lhe apenas a lembrança e o ninho vazio.

Zana Ol

domingo, 10 de julho de 2011

Vontade...



 Volta e meia tenho esta vontade
De abraçar o mundo e
Tornar-me plena

Entrelaço pensamentos
Revolvo sentimentos e então
Vôo pelos cantos
Mais imprecisos de mim

Rebato acorde  de sonhos
Poetizo a rotina
Com palavras doces

Assim o mundo é meu
Só a mim ele pertence
Meu mundo se torna completo

Então canto
Pois meu canto
Faz-se preciso
Íntegro na insensatez do momento

Sou grão
Areia
Nuvem

Sou o necessário
Para ser desnecessária

Abraço o mundo
Com braços de sonhos
Neles me embalo
E vivo
Desnecessariamente
Como quem sabe
Que logo ali
Tudo pode terminar

Não há receio,
Amargura,
Sofrimento,
Somente uma vontade louca
De ser o meu próprio caminho.

Então o mundo é meu
Até onde eu permitir sê-lo.

 Zana Ol