Levantou-se ajeitou a blusa, arrumou os cabelos e seguiu.
Caminhou até a lixeira, amassou o pequeno papel e colocou lá dentro com toda
força.
Ficou olhando por um tempo, talvez para ter certeza que ele
ficaria lá dentro. Era lixo e era ali o seu lugar.
Olhou a sua volta. O sol insistia em brilhar em um céu sem
nuvens.
Quente. Muito quente. O suor escorria-lhe pelo rosto e confundisse
com as lágrimas. Já não as sentia mais. Com o braço limpou-as, mas seu rosto
permanecia molhado.
A parte pior coubera-lhe. Jogar no lixo as suas histórias. Todo
amor precisa de liberdade. Então o libertava.
Caminhou por entre inúmeros rostos. Desviou de alguns, mas
outros esbarraram seus olhos nos seus. Estava despida, podiam ver sua alma, sua
dor, seu lamento. Nenhum amor é grande o suficiente para abarcar a mais íntima solidão.
Percorreu a infinita rua, virou a esquina. Não
olhou mais para trás. Olhos fixos no horizonte.
Foi-se. Afinal, o amanhã lhe traria outro dia, outros
sonhos, outras possibilidades, e porque não, outros amores?
Zana Ol
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