quarta-feira, 15 de maio de 2013

Talvez...



Houve um tempo em que era fácil entender o mundo. Bastava respirar a brisa da manhã e olhar para o  céu azul e pronto tudo parecia tão simples.
Houve um tempo em que caminhar descalça sobre a grama era puro deleite e, se a gente espetasse o pé em um espinho, de longe a satisfação superava a dor e então a gente seguia.
Houve um tempo em que o barulho da chuva batendo no telhado nos causava uma sensação de tranquilidade e não precisávamos de “remedinhos do sono mágico”,pois a magia do som nos fazia dormir, tranquilos e quase angelicais.
Houve um tempo em que o olhar bastava. Via-se transparência nas emoções. Os olhos realmente eram as janelas da alma...
Houve um tempo em que a palavra Amor tinha um significado muito mais amplo e abrangente e envolvia todos os seres do planeta, não importanto etnia, idade, classe social ou espécie.
Houve um tempo em que sair de casa era descobrir os encantos do mundo lá fora. Era virar a esquina e ganhar a rua, o bairro... o mundo.
O mundo era tão menor...cabia inteiro no coração e então havia mil motivos para ser feliz. Não era perfeito, mas havia mais motivos para se sorrir do que para entristecer o espírito.
Havia flores na janela, pessoas na calçada e sorrisos nos rostos.
Tempos em que ser sábio não era sinônimo de chatice. E muitos sábios contemplavam a vida e aplicavam seus conhecimentos para fazer-se bem e praticar o bem. E assim era mais fácil de estabelecer conversas prazerosas e com mais de três frases...
Não faz muito tempo que o curso da vida mudou. O que aconteceu é que foi muito rápido. Não deu tempo de entender muito bem todas essas mudanças e assim ficamos ansiando por “aqueles tempos”...Nostalgia...
Então talvez ainda haja um tempo em que apesar de toda tecnologia, todos os avanços, toda rapidez em chegar (não se sabe onde), também tenha um “break” para olhar a paisagem e perceber o que se passa na janela do carro, do trem, do ônibus...
Talvez ainda haja um tempo para diminuir o passo, ouvir o canto de um pássaro, olhar para o céu , sentir o vento e olhar a chuva.
Talvez ainda haja um tempo para se viver. Mas viver de verdade. Talvez...

Zana Ol

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