Correu desesperadamente. Queria chegar logo a exaustão.
Queria cair na relva fresca do orvalho e ali adormecer olhando para o céu.
Sôfrega, não parou.Não sabe por quanto tempo
seus pés, descalços correram pela grama.Só parou quando tropeçou no cansaço dos
próprios pés e caiu de joelho. Então, não pensou em levantar-se. Ali
permaneceu. Olhou para o céu e não conseguia enxergá-lo como antes. Agora nuvens
cinzas tomavam conta da sua visão. Caiu em um choro compulsivo, quase insano. Chorou
até que a exaustão tomou conta da tristeza. Não havia mais lágrimas. Ergueu os
olhos inchados de tanto chorar. Não entendia porque ela se fora. Não entendia
porque ela causara tanta tristeza. Queria ela ali, perto, ao alcance de um
carinho. Queria beijar-lhe a face e tocar-lhe os cabelos. Queria que pudessem
olhar juntas o céu azul. Queria ouvir a sua voz suave a contar-lhe histórias,
mas o tempo a roubou do seu mundo. Seu sorriso não caberia mais no seu olhar.
Agora era preciso fechar os olhos para ver seu rosto novamente. Que estranho...era
preciso fechar os olhos para o mundo, para enxergar com o coração o rosto do
seu amor. Ainda era tão pequena, não era justo que a vida a roubasse dela. Ela
era o seu ninho, o seu mundo. Onde se
aconchegaria em dias de tempestades?Que mão
lhe daria o carinho no momento de dor? Que olhos a veriam como ela
realmente era?Não, não era justo...
Levantou-se, arrumou o vestido, secou as
lágrimas e voltou pelo caminho que percorrera.Estava
tão distante de casa...iria em passos de formiga, talvez assim, quando chegasse
tudo já estivesse acabado.
Olhou para o céu cinza, balançou a cabeça...O
mundo não era justo!
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