sábado, 28 de maio de 2011

Sempre




 Foi assim
Como sonho guardado
Retirei-me de mim
Assim...
Como folha seca
Colocada  em um velho livro

 Foi assim
Como  amores  mal resolvidos
Palavras não ouvidas
E desejos adormecidos.

Assim
Recolhida em algum canto
Onde almas vagueiam
Procurando um encontro
Dentro de mim.
Não em um começo, talvez em um fim
Desfazendo-me a todo instante
Qual flor morta em um jardim.

E assim
Como é o inevitável
Vou encontrando o necessário
Para não permanecer imutável
Então me refaço
Ergo-me plena
Senhora de mim
Seguindo em frente
Como livro velho que guarda
Inúmeras folhas secas
Prontas para serem soltas ao vento
E assim serem levadas
Até onde é possível ir.

Zana Ol



2 comentários:

  1. Cara Rosana,

    trata-se de uma poesia muito linda - uma obra de arte da reflexão de mim para o interior de mim, onde se escondem os mais acalantados sentimentos. É o lócus onde o meu "eu" se encontra comigo mesmo e retorna para o outro carregado de novos sonhos que nos juvenece e nos tornam mais ternos.

    Bela poesia! Cumprimentos!

    Bom domingo para ti!

    Garin

    http://norberto-garin.blogspot.com

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  2. Fico sempre feliz ao ver o seu comentário.

    O que é a vida se não uma eterna reflexão; um eterno refazer-se?
    Assim vamos nos recriando e trilhando este caminho a nós dado. O caminho é o mesmo, mas o jeito de andar é sempre novo.

    Um abraço,
    Rosana

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