quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ninho vazio

      

      Então ela abriu a janela e o que viu diante de seus olhos foi  um  lindo pássaro de plumagem colorida.Trazia no bico um ramo de árvore seco. Pousou em sua janela e , ali ficou por algum tempo, segurando o ramo como se fosse algo muito valioso.
      Ela permaneceu imóvel. Não queria espantar o lindo pássaro que havia vindo ao seu encontro. O lindo pássaro baixou a cabeça, pousou o galho no peitoril da janela e alçou voo. Seus olhos acompanharam o pássaro que voava livre rumo ao horizonte. Fechou a janela.
      No dia seguinte ao abri-la encontrou novamente o lindo pássaro que trazia novamente um galho de árvore  em seu bico. Desta vez permaneceu por mais tempo e com muito cuidado colocou o novo ramo sobre o anterior e partiu e por muitos dias a cena se repetia. Acostumada, já não se deslumbrava com a beleza da ave, nem tão pouco aproveitava o momento junto ao lindo pássaro.
      Certo dia percebeu que os galhos haviam se tornado um ninho, porém o pássaro não estava ali.Esperou, mas ele não apareceu.Muitos dias se passaram, o ninho permanecia ali esperando que a linda ave voltasse, mas ela não apareceu. Com tristeza olhou para o céu e por um momento lembrou-se do lindo pássaro que tanto a tinha encantado. Lembrou-se do colorido  de suas plumagens, da sua constancia em visitar-lhe diariamente, do seu pouso no peitoril. Que pena que a repetição dos acontecimentos a fez olhar com menos atenção, com menos admiração, com menos alegria. Nem percebera que o acúmulo de galhos estava se transformando em ninho...Não acompanhara o processo da construção tão minuciosa e tão importante. Perdera o momento. Agora, restava-lhe apenas a lembrança e o ninho vazio.

Zana Ol

2 comentários:

  1. Cara Rosana,

    tua postagem me recorda cenas da infância acompanhando o trabalho de aves silvestres construíndo seus ninhos no meio da mata. Pois é, a memória nos sobra como herança, mas é essa mesmos que nos constrói.

    Um abraço,

    Garin

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  2. Prezado Professor Garin,

    segundo Shakespeare o passado é um prólogo. Nossas memórias são um conjunto de experiências, experiências estas que vamos adquirindo à medida que o tempo passa e que contribuem para que se escreva cada nova página das nossas vidas.

    Um grande abraço,
    Zana

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