quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Iguais


  
Marchamos assim,
A passos lentos,
Cabeças ao vento,
A contento.

Marchamos assim,
Rumo ao  fim,
Seguindo a estrada,
Esbarrando na Vida.

Caminhamos assim,
Com pés pesados
E pensamentos obscuros.

Caminhamos
Ilusoriamente
Rumo à felicidade

Marchamos assim,
Com o coração apertado,
Mas o sorriso no rosto
Ilusão de que assim
A felicidade nos agracie
Com seu afago mágico.

Então erramos o caminho,
Despencamos em abismos pessoais
Afundamos na lama insólita
das mentes doentias

Mas continuar é preciso,
Necessário,
Urgente.

Então seguimos,
Marchando,
Atrás da multidão
E esta, já tão cansada desta marcha
Mas é preciso ir...

Caminhamos,
Talvez, logo ali,
Surja uma esquina
Que nos faça
Querer desviar
Deste espírito de manada
Que nos massifica,
Consome-nos,
E nos torna tão
Infinitamente iguais.

Zana Ol

2 comentários:

  1. Cara Zana,

    é sempre assim,
    a gente encontra a esquina
    que dobra a vida
    e nos apresenta
    ruas distintas,
    coloridas,
    cheirosas,
    que nos convida,
    a manter a marcha da vida,
    diferente,
    distinta,
    de todos os outros,
    de nós mesmos!

    Um abraço,

    Garin

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  2. Professor Garin,

    Que bom que essas esquinas existem, porém é preciso que estejamos atentos e dispostos a dobrá-las e então nos permitir viver a vida na sua singularidade.

    Gostei muito!

    Abraço,
    Zana

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